Novembro Azul: quem está em risco com o câncer de próstata? – Cuidado Sem Limites

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Novembro Azul: quem está em risco com o câncer de próstata?

O mês azul é direcionado aos homens e à prevenção e diagnóstico precoce para o Câncer de Próstata. Entretanto, engana-se quem pensa que apenas os homens cisgêneros estão em risco. É importante ressaltar que o grupo atingido pela doença é muito maior, pois acomete qualquer pessoa que possui próstata como: travestis, pessoas não binárias e mulheres trans, mesmo após a cirurgia de afirmação de gênero. 

Por favor, não adie! Falamos muito sobre isso no último mês, quando o nosso foco foi conscientizar todas as pessoas sobre riscos e prevenções relacionados ao Câncer de Mama. Foram textos informativos sobre a vulnerabilidade de qualquer pessoa em relação à doença, sobre como se proteger e obter um diagnóstico precoce com mais chances de cura, além de apresentarmos, também, as novas tecnologias da GE HealthCare, para exames de imagem, direcionados ao diagnóstico do Câncer de Mama.  

A partir de agora, temos mais uma jornada: o Novembro Azul. Nele, a nossa missão é levar mais informações sobre o Câncer de Próstata a todos aqueles que nos seguem. Vamos esclarecer dúvidas muito frequentes, principalmente entre as mulheres trans, que muitas vezes não sabem que, mesmo após a cirurgia, continuam com as mesmas chances de serem diagnosticadas com Câncer de Próstata. 

“Mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias que desejam ou já realizaram cirurgias de afirmação de gênero devem saber que a prostatectomia não é uma parte desse procedimento. Então, o risco é o mesmo para todas as pessoas com próstata, com uma atenção diferenciada para quem teve casos na família (pai, mãe, irmãos, etc)” explica Dra. Felipe Medeiros, médica infectologista e mulher trans. 

A hereditariedade é um ponto de alerta quando falamos sobre esse assunto. Estudos apontam que 1 a cada 6 homens será diagnosticado com a doença. Entretanto, uma pessoa com próstata, filha de um paciente de Câncer de Próstata, tem o dobro de chances de ser diagnosticada. 

De acordo com a instituição Todos Juntos Contra o Câncer, o risco aumenta significativamente em homens negros e mulheres negras trans. Essas pessoas são 60% mais propensas à doença e têm 2,4 vezes mais chances em casos que levam a óbito. 

Ficar atento aos sinais pode ser determinante no tipo de tratamento e em seu sucesso, uma vez que o diagnóstico precoce é a melhor prevenção para qualquer tipo de câncer. 

 

O que é o Câncer de Próstata? 

A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga que envolve a uretra — canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis. O Câncer de Próstata é o tumor que afeta essa glândula. Esse é o tipo mais frequente de câncer entre as pessoas com próstata (homens cis, mulheres trans, travestis e não-binários), depois do câncer de pele. 

Embora seja uma doença muito comum, principalmente em homens acima de 45 anos, ainda há muito tabu em relação ao assunto. Isso acaba dificultando o debate de forma aberta e, consequentemente, a informação não chega a todos. 

O diagnóstico de mulheres trans é ainda mais difícil, uma vez que, infelizmente, ainda há muita falta de informação direcionada a esse público, além do preconceito existente em muitos atendimentos médicos. 

“Diversas são as situações de profissionais que se recusam a examinar pessoas trans, além de não-uso do nome social e a transfobia velada dentro do serviço de saúde (divisão de banheiros por gênero, colocação de consultas com urologistas como saúde do Homem, etc). Todas essas atitudes afastam pessoas trans do serviço de saúde em diversos cenários (promoção e prevenção em saúde, como também tratamentos — caso necessário), tornando sim a transfobia um determinante social que traz mais risco para essa população em todo seu processo de saúde”, detalha Dra. Felipe. 

 

Por favor, não adie!  

A prevenção de qualquer tipo de câncer está muito ligada ao estilo de vida e aos bons hábitos. Dietas ricas em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, com menos gordura, ajudam a diminuir o risco. 

O cigarro e o consumo exagerado de bebidas alcóolicas também têm grande ligação com a doença, entretanto, nos casos de câncer de próstata, a obesidade é um forte fator de risco. 

Dessa forma, não apenas uma alimentação equilibrada como também a prática regular de exercícios físicos pode contribuir para a sua saúde. 

Mas, como sabemos, nem toda prevenção depende do paciente, uma vez que são muitos os fatores dos quais não temos controle. Por esse motivo é muito importante consultar um médico regularmente para o acompanhamento do seu quadro geral de saúde, além realizar exames quando determinados pelo seu médico e, principalmente, ficar muito atento aos sintomas. 

 

Ao menor sinal, busque ajuda médica! 

Consultar um médico com regularidade é importante para um diagnóstico precoce, mas no caso do câncer de Próstata é fundamental que se esteja atento aos sintomas, uma vez que a doença pode demorar para se manifestar. 

“O Câncer de Próstata pode estar presente e levar bastante tempo para manifestar sintomas/causar danos às pessoas com próstata. Quando pacientes apresentarem algum sintoma, a busca por auxílio profissional é essencial para que sejam investigados”, diz a Dra. Felipe Medeiros. 

Os sinais do Câncer de Próstata se confundem com diversas outras disfunções. Dessa forma, mesmo que a pessoa tenha um ou mais dos sintomas abaixo, é importante que sejam feitos exames mais precisos, para que o paciente saiba exatamente o que o acomete. 

Busque ajuda, caso tenha: 

  1.  Alterações do padrão urinário: aos pacientes de Câncer de Próstata é comum a maior frequência na ida ao banheiro e sentir que “sobra” urina na bexiga, mesmo após urinar; 
  2.  Sentir ardor ou ter que fazer certa força na hora de urinar; 
  3.  Urinar com sangue; 
  4.  Disfunções eréteis de início súbito; 
  5.  Fraqueza ou dormência nas pernas e nos pés. 

 

“Disseminar informações e falar sobre sintomas é vital para toda e qualquer pessoa com próstata. Todos têm o direito de receber orientação e ciência de onde buscar auxílio para o melhor diagnóstico. É fundamental que todas as pessoas tenham acesso à saúde e aos seus direitos”, finaliza Dra. Felipe. 

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