Sem medo do câncer de próstata – Cuidado Sem Limites

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Sem medo do câncer de próstata

Neste GE HealthCare Reports especial para o Novembro Azul, conheça os exames que estão revolucionando o diagnóstico do câncer de próstata e ajudando a derrubar o tabu que ainda existe em torno da doença 

Segundo câncer mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), o câncer de próstata e seus exames para diagnóstico ainda são um tabu no universo masculino. Mesmo com números altos, dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que a doença representa 10,2% dos casos no Brasil e a estimativa aponta para cerca de 72 mil novos casos por ano até 2025, a resistência dos homens em relação à doença ainda é muito grande. 

“Eles ainda têm muito preconceito com a visita ao urologista para a avaliação da próstata, por medo e vergonha do exame de toque. Fora isso, existe o receio que, com o resultado positivo para o câncer de próstata, venham problemas associados à doença, como a incontinência urinária e a impotência sexual. Esses temores levam os homens a adiar o próprio exame de toque e o PSA (Antígeno Prostático Específico)”, explica Cristina Matushita, médica nuclear do Serviço de Medicina Nuclear do InsCer da PUC-RS e da Clínica São Marcos de Joinville. 

 

Detecção precoce 

Como no câncer de mama, as chances de cura de pacientes que detectam precocemente o câncer de próstata são maiores. “Como o câncer de próstata é uma doença bem heterogênea, com vários graus de agressividade, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais assertivo será o seu tratamento”, explica o Dr. Diego Roman, colega da médica Cristina Matushita. 

Ainda de acordo com o médico, o ideal é que, a partir dos 45 anos, todos os homens façam anualmente os exames de toque retal e para avaliar a dosagem do PSA. “Homens mais jovens têm formas mais severas da doença. Por isso, a importância do rastreio anual”, completa. 

O Dr. Diego Roman ainda indica a realização de uma ressonância magnética de próstata para que o resultado seja mais preciso. “De alguns anos para cá, esse exame ganhou importância na detecção do câncer de próstata. A ressonância é realizada sem o uso da radiação, o que traz menos prejuízos para o paciente, podendo avaliar de forma completa a próstata, identificando se há risco para neoplasia e possibilitando o encaminhamento do paciente para a biópsia mais precisa”, detalha. 

Outro exame que pode ser muito eficaz no diagnóstico do câncer de próstata, segundo a Dra. Cristina Matushita, é o PET/CT PSMA, uma tomografia computadorizada fusionada com imagem molecular. 

“O PSMA PET é mais indicado para aqueles pacientes que já passaram pela doença, apresentam recidiva bioquímica (aumento dos valores de PSA) e precisam localizar a recidiva. Também defendo o uso do PSMA para o acompanhamento do tratamento, para que a equipe médica possa avaliar, com o máximo de informações, se a doença está respondendo ou não ao procedimento aplicado, assim ajudando o médico se determinado tratamento deve ou não ser continuado”, elucida. 

 

Acesso restrito 

Por ser um método ainda novo, descrito pela primeira na literatura científica há cerca de oito anos, o PET/CT PSMA não está acessível para a maioria da população. “Ainda não há disponibilidade desse exame no SUS (Sistema Único de Saúde) e na rede privada conveniada. O paciente que precisar desse exame terá que pagar na rede particular”, conta a Dra. Matushita. 

Mas, para a médica, o PET/CT PSMA, assim como a ressonância magnética, vem ganhando espaço entre urologistas e oncologistas. “Em breve, a ressonância magnética deve ser protocolada como um exame de rastreio do câncer de próstata, assim como são o PSA e o toque retal. Também já sinto um aumento no número de pedidos do PSMA. É um procedimento que guia a equipe médica para um tratamento mais certeiro e com mais chances de cura. A medicina nuclear está avançando no país, o que é excelente para a detecção do câncer e de diversas outras doenças”, conclui a Dra. Cristina Matushita. 

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